Ver o dia nascer no mar e no ar foi uma estreia dupla para mim.
Por esta altura, qualquer réstia de cansaço ou sono mal dormido, desapareceu. A expectativa da chegada a Malé sobrepunha-se a tudo.
Em baixo, começava o desfile de atois, ilhas e recifes de águas azul turquesa.
Estava finalmente a sobrevoar as Maldivas.
Não tinha nenhum espelho mas, agora que me lembro, muito provavelmente parecia um miúdo de olhos arregalados, colado ao vidro, a ver passar esta paisagem tantas vezes imaginada em fotografias e filmes...
Estava finalmente a sobrevoar as Maldivas.
Não tinha nenhum espelho mas, agora que me lembro, muito provavelmente parecia um miúdo de olhos arregalados, colado ao vidro, a ver passar esta paisagem tantas vezes imaginada em fotografias e filmes...
A aterragem não tardou. 10 horas depois de levantar vôo na Europa (quase um dia depois de sair de Portugal) pisei finalmente o chão, num outro lado do mundo...
O calor abafado dos trópicos deu-me as boas vindas.
Foi rápido o processo de imigração, passaportes, recolha de bagagens e passados uns 20 minutos, desembocava no átrio de chegada onde tinha gente à minha espera.
O Rasheed é um "faz-tudo". Trabalha no aeroporto a receber visitantes, angaria clientes para o seu hotel e acompanha-os quando partem. Para além disso ainda é o contacto do centro de mergulho para onde vou e faz a ponte entre a movimentada Malé e a recatada ilha onde vou passar os próximos meses.
O aeroporto fica na ilha contígua e os ferrys partem a cada 10 minutos para Malé.
Antes de vir, recolhi algumas informações sobre as Maldivas. A altitude máxima do país é - espantem-se - de 2,3 metros!! (são 1200 ilhas, distribuídas por 26 atóis) No entanto, à vista de Malé, facilmente nos poderíamos enganar e julgar-nos numa qualquer cidade continental, tal é a densidade de prédios e construções.
A ilha-cidade fervilha de movimento e o meio de transporte ideal é mesmo a scooter cujos exemplares abundam (arrisco-me a dizer) aos milhares, numa área que se estende por (apenas!) 2 kilómetros quadrados.
O Rasheed não foge à regra e levou-me, na sua scooter (claro), para completarmos o processo do visto de trabalho (fotos, análises e Rx, etc.).
O trânsito aqui, ao contrário do que imaginava, não é caótico.
Aos olhos de um europeu, habituado a seguir regras (muitas vezes descabidas), a fluidez e naturalidade com que esta gente se desloca nos seus veículos, pode comparar-se à que encontramos na multidão residente que encontramos na Rua Augusta. Todos sabem para onde vão, cada um ao seu ritmo e vão se desviando uns dos outros, por onde há espaço para o fazer.
Sem atropelos e com raras buzinadelas.
É tão natural que é comum ver amigos a conversar enquanto conduzem lado a lado, zigue-zagueando tranquilamente, enquanto cumprem os seus afazeres diários.